Esganaram seu pescocinho. Arremessaram seu corpo frágil do sexto andar do seu apartamento. Você deve ter sentido dores terríveis. Sofrido os piores minutos de pavor e agonia. Até que seus olhinhos, mesmo estatelados, deixaram de ver este mundo.
Isabella, pedimos o seu perdão porque nós, adultos, criamos leis que beneficiam criminosos.
A lei brasileira presume a inocência de um assassino, mesmo diante de evidencias razoáveis de culpa. Porém, essa mesma lei não vê a inocência de uma criança.
A lei brasileira presume a inocência de um assassino, mesmo diante de evidencias razoáveis de culpa. Porém, essa mesma lei não vê a inocência de uma criança.
Adultos brasileiros, Isabelinha, têm o costume de ficar
parados, assistindo às crianças morrerem. Com isso, no Brasil, dezesseis vítimas infantis são assassinadas todos os dias. Criançinhas da sua idade, são torturadas, como o menininho João Hélio lá do Rio de Janeiro e os corpinhos são trucidados sem piedade. E o povo brasileiro não faz nada. Os assassinatos de crianças e adolescentes aumentaram 306%, no Brasil, entre 1980 e 2002.
Eu sei que você não vai entender esses números.
Você – como toda criança – queria viver, brincar, sorrir, ser feliz.
Esse seu direito, o assassino tirou. E agora esse mesmo assassino pode se beneficiar da lei molenga e da preguiça dos brasileiros.
Eu sei que você não vai entender esses números.
Você – como toda criança – queria viver, brincar, sorrir, ser feliz.
Esse seu direito, o assassino tirou. E agora esse mesmo assassino pode se beneficiar da lei molenga e da preguiça dos brasileiros.
Perdoe, Isabella, este país, que ainda é uma criança, no sentido irresponsável da palavra. Ele também não cresceu.
Em assuntos sérios, como os homicídios de crianças, o Brasil parece brincar com a justiça necessária ao caso, diante de leis que soam como brincadeira; infelizmente, de péssimo gosto. Este país, Isabella, não gosta de punir criminosos.
Em assuntos sérios, como os homicídios de crianças, o Brasil parece brincar com a justiça necessária ao caso, diante de leis que soam como brincadeira; infelizmente, de péssimo gosto. Este país, Isabella, não gosta de punir criminosos.
Se você perdoar a complacência da lei dos adultos com os criminosos, não pense, ainda, que todo adulto é malvado ou dá de costas para indefesas crianças.
Estamos em meio a uma grande batalha, Isabella, entre adultos.
Para alterar a visão que o pessoal tem da lei. Responsabilizar criminosos.
Cobrar respeito com os mortos, com as vítimas.
Isso tem custado um bocado, tem sido muito difícil.
E quando morre uma criança brutalmente, nós ficamos meio sem rumo, porque percebemos
que o criminoso sente o cheiro da impunidade se aproximar.
Estamos em meio a uma grande batalha, Isabella, entre adultos.
Para alterar a visão que o pessoal tem da lei. Responsabilizar criminosos.
Cobrar respeito com os mortos, com as vítimas.
Isso tem custado um bocado, tem sido muito difícil.
E quando morre uma criança brutalmente, nós ficamos meio sem rumo, porque percebemos
que o criminoso sente o cheiro da impunidade se aproximar.
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